A Origem do Jiu-Jitsu

Os primórdios

Para entender e conhecer a história do Jiu-Jitsu, é necessário viajar no tempo, para aproximadamente 500 A.C. e mais precisamente para a Índia, país berço da maioria das religiões.

Nessa época, vivia um homem culto de grande inteligência, chamado Siddhartha Gautama ou simplesmente “Buda”. O budismo, religião que levava seu nome, espalhou bases rapidamente por toda a Índia. Uma das principais preocupações de Buda era dotar seus seguidores de muita cultura e conhecimentos gerais, para que eles tivessem menos dificuldade para propagar sua religião e sua fé. Desta forma, os monges de monastérios longínquos eram obrigados a percorrer longas distâncias pelo interior da índia, ficando assim suscetíveis a assaltos e roubos, algo que infestava aquela região na época. Atribui-se a esses monges budistas a criação de um sistema de luta que não utilizava armas (o budismo é contra a violência), para que pudessem se defender. O conhecimento profundo dos pontos vitais do corpo humano, da física e de um sistema de alavancas permitiu a esses monges criar o que hoje chamamos de JIU-JITSU.

A disseminação pela Ásia

Aproximadamente dois séculos depois da morte de Buda, o budismo, e consequentemente o Jiu-Jitsu, perdiam força e, devido à forte influência das religiões locais, os monges budistas foram obrigados a deixar a Índia (em função disso percebe-se a baixa influência do Jiu-Jitsu no país onde foi criado), tendo que se alocar em países vizinhos como Ceilão, a Birmânia, o Tibet e, posteriormente, todo o sudeste da Ásia, China e finalmente Japão, onde ganhou força e de onde foi levado ao Ocidente.

O Jiu-Jitsu no Brasil

No início do século passado, chegava ao Brasil o professor de Jiu-Jitsu chamado Mitsuyo Maeda (mais conhecido como Conde Koma), que era Consul do Japão no estado do Pará.

Carlos Gracie ensinou algumas técnicas de Jiu-Jitsu a seu irmão mais novo, Hélio Gracie, que na época era muito franzino e tinha vários problemas de saúde. Hélio, depois de começar a praticar Jiu-Jitsu, nunca mais sofreu com os problemas.

Carlos Gracie, aos 19 anos, se transferiu para o Rio de Janeiro com a família e adotou a profissão de lutador e professor dessa arte marcial. Viajou para Belo Horizonte e depois para São Paulo, ministrando aulas e vencendo adversários bem mais fortes fisicamente. Em 1925, voltou ao Rio e abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-Jitsu. Convidou seus irmãos Oswaldo e Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George, com 14 anos, e Hélio, então com 12.

A partir daí, o Jiu-Jitsu no Brasil passou a ser difundido com sangue e suor. Para provar a superioridade da arte, os Gracie promoviam lutas com as mais diversas modalidades que existiam na época, boxe, capoeira, Greco-Romana, e mais tarde com o Judô e com o Karate. Com as sucessivas vitorias da família Gracie, a arte ganhou o status de invencível, tamanha era a superioridade sobre as demais.

O que é o Jiu-Jitsu Brasileiro?

O Jiu-Jitsu Brasileiro é um estilo de Jujutsu ou Ju-Jitsu japonês que foi desenvolvido no Brasil pela família Gracie. Trata-se de uma arte marcial que reflete um desporto de combate e revela um sistema de defesa pessoal próprio que se concentra em imobilizar a ação do adversário.
A prática do Jiu-Jitsu Brasileiro permite o domínio do adversário, independentemente do seu tamanho, mediante a aplicação de técnicas específicas que o forçam à submissão. É um desporto que ensina uma pessoa frágil a defender-se de adversários mais fortes e uma das suas vantagens principais concentra-se na luta corporal, que é realizada no chão, e no desarmar dos pontos fortes dos oponentes.

O Jiu-Jitsu Brasileiro pode ser classificado como uma ciência exata dos movimentos coordenados de defesa pessoal, que utiliza alavancas e bloqueios de respiração sem magoar o seu agressor, mas que o forçam a desistir dos seus intentos.
A aplicação prática do Jiu-Jitsu Brasileiro
O Jiu-Jitsu Brasileiro é um desporto marcial que pode ser trabalhado e utilizado em várias perspectivas diferentes:
Defesa pessoal: É o modelo seguido pela maioria dos praticantes e não tem qualquer tipo de objetivo competitivo. Todos os praticantes recorrem à flexibilidade do seu corpo, de modo a evitar os golpes dos seus adversários e utilizam a sua força de forma inteligente com o auxílio das técnicas mais adequadas. Estes são os princípios básicos do Jiu-Jitsu Brasileiro.

Torneios de Grappling:

Nestes torneios, os praticantes exibem as suas habilidades técnicas, físicas e psicológicas com o objetivo de neutralizar, imobilizar ou torcer as articulações dos adversários, levando-os à desistência.

Torneios de mistura de artes marciais (MMA):

Estes são os torneios que mais têm vindo a crescer no segmento das artes marciais e são muito populares em todo o mundo. É frequente encontrar neste tipo de torneios todo o tipo de lutadores e o Jiu-Jitsu Brasileiro é um dos estilos mais utilizados e apreciados. O vale tudo é um desporto que reúne vários destes estilos e técnicas e também está presente neste tipo de competição.